Friday, May 28, 2010

Ode à Máquina do Café

Ode à Máquina do Café
---------------------------

Oh velha máquina, amiga querida
Que produzes em silêncio ou com brado
O café, essa milagrosa bebida
Que durante o dia me mantem acordado

Aventuras na Gaiola, parte III

Aventuras na Gaiola, parte III
-----------------------------------

Fechado nesta gaiola
Ate aos sessenta e cinco
Se o bigode se descola
Tenho de dobrar a mola
Novamente com afinco

A Vida é Bela, parte VIII

A Vida é Bela, parte VIII
----------------------------

Não há firma como esta
Eu adoro este serviço
Todo o dia é uma festa
E ainda pagam por isso

Triste Fado

Triste Fado
-------------

Já tive dias melhores
Mas também por outro lado
Já tive dias piores
É este o meu triste fado

Maré de Azar

Maré de Azar
---------------

Ando em maré de azar
Não há sorte que me valha
Só me resta reclamar
Estrebucho com o que calha

O Sentido da Vida, parte III

O Sentido da Vida, parte III
---------------------------------

E como que por magia
Chega ao fim um novo dia
Defrontas-te de repente
Com outro dia à tua frente

Os dias vêm e vão
Como traços no alcatrão
São troços que de seguida
Fazem a estrada da vida

Thursday, August 13, 2009

A Modesta Viatura

A Modesta Viatura
---------------------

Digo-o com toda a candura
Não é carro extraordinário
É a modesta viatura
De um modesto funcionário

A Vida é Bela, parte VII

A Vida é Bela, parte VII
---------------------------

Já pus palha na gorpelha
Nem me falem em trabalho
Vou p'ra debaixo de telha
P'ra depois ferrar o galho

Monday, February 23, 2009

Contos da Barbearia, Parte II

Contos da Barbearia, parte II
----------------------------------

Algo de estranho se passava
Naquela barbearia
Quem com cabelo lá entrava
Careca de lá saía

Será que aquele barbeiro
Usa truques de magia?
Será ele um feiticeiro
Que usa feitiçaria?

Mal te sentas na cadeira
E sem sequer o sentir
Dá-te logo uma soneira
Em breve estás a dormir

E enquanto és embalado
Pelos braços de Morfeu
No chão fica amontoado
O cabelo outrora teu

E quando o sono terminar
Já não há nada a fazer
Agoras tens de esperar
Que o cabelo volte a crescer

Pagas a conta a bramir
Mas não te podes queixar
Quem na forma anda a dormir
Pode-se sempre tramar

Aventuras na Gaiola, parte II

Aventuras na Gaiola, parte II
----------------------------------

De manhã, gaiola aberta
A sala está deserta
Nem sinais do passarinho

Partiu rumo à descoberta?
Estará em parte incerta?
Ou a beber um cafézinho?

Tantas interrogações
Perguntas, dúvidas, questões
Estará ele em que lado?

Ninguém abandona um ninho
Onde com tanto carinho
É pago e alimentado

De repente ele aparece
Espantado fica, parece
Com todo aquele rebuliço

Não era nada de estranho
Tinha ido à casa de banho
Para fazer um serviço

Tuesday, December 30, 2008

Aventuras na Gaiola, parte I

Parte I - A Profecia
----------------------

Quando eu era pequenino
Uma cigana leu-me a sina
E disse que o meu destino
Era ir trabalhar p'rá mina

Mas com o correr da vida
Aquela pequena estória
Aos poucos foi engolida
Pelas brumas da memória

E muito anos passados
Estava eu posto em sossego
Vi nos classificados
Uma proposta de emprego

Era um emprego na mina
Ao princípio hesitei
Mas ao lembrar-me da sina
Concorri e lá fiquei

Parte II - A Revelação
--------------------------

Por pouco a cigana errou
Pois à mina eu fui parar
Ela só se enganou
Na parte do "trabalhar"

Parte III - A Realidade
--------------------------

Esta mina é um achado
Que empresa tão engraçada
Chego sempre atrasado
Nunca ninguém me diz nada

Às oito entro ao serviço
É um horário complicado
Deve ser por causa disso
Que ando sempre ensonado

Ao meio-dia e meia em ponto
Dá-me logo uma espertina
Um segundo e já estou pronto
Para ir para a cantina

Com a barriguinha cheia
P'ró escritório lá vou eu
Como ainda é uma e meia
Vou falar com o Morfeu

O tempo passa a voar
E sem sequer o sentir
Mal começo a trabalhar
Já são horas de sair

Ah, se a cigana soubesse
No que a sina ia dar
Concerteza se pudesse
Vinha para aqui trabalhar

A Formiga e a Cigarra

A Formiga e a Cigarra
--------------------------

A cigarra, descuidada
Passou o Verão a cantar
Mas a formiga, avisada
Passou-o a trabalhar

Foi enchendo grão a grão
A casa de provisões
Pois o ano não é só Verão
Também tem outras estações

Quando mudou a cantiga
E o Inverno chegou
A nossa amiga formiga
Colheu o que plantou

Já a cigarra, coitada
Não guardou nada que preste
A cantiga...deu em nada
E ela...deu o peido-mestre

Wednesday, September 24, 2008

Ode ao Morfeu

Ode ao Morfeu
-----------------

Morfeu, não sejas malvado
E põe-te daqui a milhas
Estás-me a deixar cansado
Sem energia nas pilhas

Morfeu, vai para outro lado
Deixa-te mas é de tretas
Estás-me a deixar ensonado
E sem força nas canetas

Morfeu, amigo Morfeu
É assim toda a semana
Juntamo-nos tu e eu
Vem logo o João Pestana

Monday, August 4, 2008

Contos da Barbearia

Contos da Barbearia
------------------------

Dormi mal, estava cansado
E na cadeira do barbeiro
Adormeci, sem ter pensado
Que o baeta era matreiro

O malandro a tosquiar-me
E eu nos braços de Morfeu
Tinha logo que calhar-me
Um barbeiro tão judeu

Ao acordar, fiquei chocado
Tinha a cabeça vazia
Ali no chão, ao meu lado
O meu cabelo jazia

Não te esqueças nunca disso
Aprende bem a lição
Podes dormir no serviço
Mas no barbeiro é que não!

Monday, June 30, 2008

O Poeta, parte II

O Poeta, parte II
--------------------

Sou poeta popular
Faço versos por prazer
Se deles fosse precisar
Para a vida ganhar
À fome eu ia morrer

Tuesday, June 24, 2008

Fado dos 65

Fado dos 65
--------------

Até aos 65
Entro às 8, saio às 5
E trabalho com afinco
Para ir ganhando o pão

E não me posso queixar
Eles dão-me o que almoçar
E no dia de pagar
Não falta lá um tostão

E ainda para além disso
Nem tenho muito serviço
Nunca ando em rebuliço
Levo uma vida mansa

Ao meio-dia e meia hora
Não perco pela demora
Para a cantina vou embora
Para ir encher a pança

Depois de dar ao serrote
De modo que niguém note
Ferro o galho um bocadote
Para repor as energias

Mas tenho sempre cuidado
Um olho aberto, outro fechado
Para não ser apanhado
Por alguma das chefias

Chega a tarde, e é então
Que eu entro em acção
Faço uma programação
Modifico uma tabela

E quando por isso dou
O dia já terminou
Embora para casa eu vou
Amigos, a vida é bela

Wednesday, June 18, 2008

Mea Culpa

Mea Culpa
------------

Sei que não sou inocente
Tenho culpas no cartório
Não por ser delinquente
Mas por dormir no escritório

Eu farto-me de tentar
Mas não consigo impedir
Mal acabo de almoçar
Tenho vontade de dormir

Nem bebendo um café
O sono se vai dissipando
Mal me mantenho de pé
E os olhos vão-se fechando

E quando mal dou por mim
Ai Jesus que lá vou eu
Não para Viseu, mas sim
Para os braços de Morfeu

Monday, June 16, 2008

Os Reis da Peluda

Os Reis da Peluda
---------------------

Somos os reis da peluda
E temos pelo trabalho
A mesma aversão aguda
Que um vampiro tem ao alho

Andar aos S's

Andar aos S's
----------------

O Senhor seja louvado
Pois ouviu as minhas preces
Permitiu-me ser formado
No método dos 5S's

Uma tal formação ter
Foi algo que sempre quis
Aconteça o que acontecer
Já posso morrer feliz

Thursday, June 12, 2008

Retalhos da Vida de um Informático

Retalhos da Vida de um Informático
------------------------------------------

Chega a hora do almoço
Cumprimos a nossa sina
Saímos sem alvoroço
A caminho da cantina

Ao meio-dia e meia em ponto
Não esperamos por ninguém
Que está pronto, está pronto
E quem não estiver não vem

Lá vamos cantando e rindo
Sempre em marcha acelerada
A fome já vai surgindo
E tem que ser saciada

Chegados à nossa meta
Escolhemos a refeição
Carne, peixe ou dieta
Ou um bitoque de opção

E já sentados à mesa
Deitamos as mãos á obra
Desde a sopa à sobremesa
Nem uma migalha sobra

Com o bandulho recheado
Deixamos o refeitório
E num ritmo mais pausado
Regressamos ao escritório

Mas antes de trabalhar
Para ajudar à digestão
Um café vamos tomar
Quem saber ver televisão

O trabalho não vai fugir
Por isso não temos pressa
É bom para descontrair
Dar dois dedos de conversa

Meio-dia já está feito
E por ele nem se deu
Para tudo ser perfeito
Visitamos o Morfeu

Thursday, May 29, 2008

Depois dos Tempos vêm Tempos, parte III

Depois dos Tempos vêm Tempos, parte III
------------------------------------------------

Ah, este tempo d'um raio...
Quem diria, quem diria
Que no fim do maduro Maio
Estava frio e até chovia

Tuesday, May 27, 2008

A Vida é Bela, parte VI

A Vida é Bela, parte VI
--------------------------

Pança cheia, cá vou eu
Não sei bem o que fazer
Vou perguntar ao Morfeu
Talvez ele me saiba dizer

Depois dos Tempos vêm Tempos, parte II

Depois dos Tempos vêm Tempos, parte II
------------------------------------------------

O clima está passado
O tempo não está "siguro"*
O São Pedro anda zangado
O Maio já não é maduro

(*Termo regional para referir a certeza ou incerteza do clima.)

Depois dos Tempos vêm Tempos, parte I

Depois dos Tempos vêm Tempos, parte I
------------------------------------------------

Ainda esteve bom tempo
Mas foi sol de pouca dura
Agora faz chuva e vento
A coisa não está "sigura"*

(*Termo regional para referir a certeza ou incerteza do clima.)

Tuesday, April 29, 2008

A Vida é Dura, parte I

A Vida é Dura, parte I
--------------------------

É preciso ter coragem
Num mundo tão exigente
A reforma é uma miragem
Só vejo trabalho à frente

Tuesday, March 11, 2008

Rebentar pelas Costuras

Rebentar pelas Costuras
----------------------------

Tenho a pança a rebentar
A rebentar pelas costuras
Pelas brasas vou passar
P'ra ir queimando as gorduras

Balada da Formação

Balada da Formação
-----------------------

Mas que mal terei eu feito
P'ra sofrer tal punição
Bem sei que não sou perfeito
Mas um castigo assim, não!

Sou um homem de respeito
Sempre fui bom cidadão
Então porque sou sujeito
A uma tal provação?

Levanto-me do meu leito
Ainda na escuridão
E viajo contrafeito
Para mais uma sessão

Durante horas a eito
Fechado numa prisão
Será que é meu defeito
Não ver nisto uma razão?

Não estou nada satisfeito
Com esta situação
Tenho de arranjar um jeito
De escapar da formação!

Wednesday, February 13, 2008

O Tempo, parte II

O Tempo, parte II
---------------------

O trabalho vai-se fazendo
O dias vão-se passando
Temos é que ir comendo
E dormir de vez em quando

Tuesday, January 22, 2008

O Sentido da Vida, parte II

O Sentido da Vida, parte II
-------------------------------

Seguindo a nossa rotina
Vemos os dias passar
Depois de irmos à cantina
É meia-horinha a xonar

Juntando a este bocado
A latrina e o cafézinho
Para o dia estar passado
É trabalhar um pouquinho

Não pensem que isto é um tacho
Trabalhamos com afinco
Chuta p'ra cima e p'ra baixo*
Até aos sessenta e cinco

(*Calão informático para ligar e desligar o computador.)

A Vida é Bela, parte V

A Vida é Bela, parte V
-------------------------

Comi que nem um abade
Não me apetece bolir
P'ra começar bem a tarde
Acho que vou é dormir

Monday, January 21, 2008

A Vida é Bela, parte IV

A Vida é Bela, parte IV
--------------------------

Gosto de aqui trabalhar
Digo isto com orgulho
Principalmente de xonar
Depois de encher o bandulho

Friday, December 14, 2007

Canção de Embalar

Canção de Embalar
-----------------------

A manhã passou a fugir
O tempo deve ter asas
Antes que esteja a sair
Vou é passar pelas brasas

Cerro os olhos e vou entrar
Num mundo escuro como breu
Se alguém por mim perguntar
Estou nos braços de Morfeu

Friday, November 9, 2007

O Poeta

O Poeta
---------

Não me chamem de poeta
Eu peço-vos por favor
Pois não almejo tal meta
Sou um pobre rimador

A Vida é Bela, parte III

A Vida é Bela, parte III
---------------------------

Eu levo uma vida mansa
Nem me custa trabalhar
Ao almoço encho a pança
E à tarde vou xonar

Wednesday, November 7, 2007

Versos Perversos

Versos Perversos
--------------------

Continuo a fazer versos
Mas são todos tão perversos*
Que não os posso publicar

Espero a qualquer momento
Um lampejo de talento
Para um bom verso criar

(*Por perversos entendam-se de escárnio e mal-dizer.)

Thursday, September 6, 2007

Ode ao SOX

Ode ao SOX
--------------

Já lá foi a Inquisição
A PIDE teve os seus dias
Mas a última invenção
É o SOX e as auditorias

Tal como dantes, agora
A vigilância não presta
Os ladrões ficam de fora
Só chateiam gente honesta

Isto parece o entrudo
Toda a gente mascarada
Fingem que controlam tudo
Mas não controlam é nada

Thursday, August 16, 2007

O Tempo

O Tempo
-----------

Às vezes passa depressa
Outras vezes devagar
Depende de quem o meça
E no que esteja a pensar

Mas passe ele depressa
Ou passe ele devagar
Não há nada que impeça
O tempo de passar

Monday, July 30, 2007

Vida Militar, parte II

Vida Militar, parte II
-----------------------

Segunda a licença cessa
Digo adeus a Aljustrel
Visto a farda e vou sem pressa
A caminho do quartel

Tenho o veículo pronto
Afinado e tudo isso
Segunda às oito em ponto
Apresento-me ao serviço

Friday, July 6, 2007

O Cherne

O Cherne
-----------

Seja a um restaurante fino
Ou a um reles bar de alterne
Não interessa o destino
Tens é que seguir o cherne

Thursday, July 5, 2007

A Vida é Bela, parte II

A Vida é Bela, parte II
--------------------------

Este emprego é um fartote
Eu adoro este trabalho
Primeiro dá-se ao serrote
E depois ferra-se o galho

Monday, June 25, 2007

O Jogo da Vida

O Jogo da Vida
-----------------

Para ao jogo ganhar
É preciso sorte e truques
Eu cá só tenho azar
A mim só me saem duques

Friday, June 22, 2007

A Vida é Bela

A Vida é Bela
----------------

Este emprego é um luxo
Estou bem ciente disso
Dão comida que enche o bucho
Bom dinheiro e pouco serviço

Não sou de me acomodar
Mas também não mudo à toa
Aliás, para quê mudar
Quando a coisa está tão boa?

Por isso cá vou ficando
Sentado no meu cantinho
Na Net vou navegando
Também trabalho um pouquinho

Thursday, June 21, 2007

Poema da Jorna

Poema da Jorna
------------------

Já tenho a barriga cheia
Já está feita meia jorna
Como ainda é uma e meia
Vou é bater uma sorna

Wednesday, June 20, 2007

O Sentido da Vida

O Sentido da Vida
---------------------

Há dias em que chove
Há dias em faz sol
Nuns dias a coisa 'tá dura
Noutros dias a coisa 'tá mole

Há dias em que se sobe
Há dias em que se desce
Nuns dias a coisa diminui
Noutros dias a coisa cresce

Estou de cabeça perdida
Para acabar este poema
Pois o sentido da vida
Não é fácil como tema

Há dias em que se trabalha
Há dias em que se descansa
Nuns dias a coisa recua
Noutros dias a coisa avança

Há dias em que se levanta
Há dias em que se cai
Nuns dias a coisa entra
Noutros dias a coisa sai

Estou de cabeça perdida
Para acabar este poema
Pois o sentido da vida
Não é fácil como tema

Há dias assim
Há dias assado
E com esta quadra
Está o poema acabado

Friday, June 15, 2007

Vida Militar

Vida Militar (Abertura)
-------------------------

Desde que o homem é homem
E caminha à face da Terra
Que nunca mais se calou
O horrível som da guerra

Por questões de território
Por diferentes religiões
Por pura e simples ganância
Por ódios entre nações

Por razões com importância
Ou sem significado
Ao longo de milhões de anos
A guerra não tem parado


Vida Militar (Parte I)
-----------------------

Nunca tive sorte ao jogo
Mas saiu-me a taluda
Pois mal entrei ao serviço
Passei logo à peluda

A vida corre-me bem
Apesar de não estar rico
Pois mal findei a recruta
Consegui meter o xico

Na caserna a vida é dura
E olha que isto não é tanga
A não ser que como eu
Estejas na tropa fandanga

Quando o sargento está cá
A conduta é pela norma
Mas basta ele virar as costas
Que até se dorme na forma

O estilo aqui é casual
Sem bivaque, farda ou bota
Nem continência se bate
Dá gosto andar nesta tropa!

Quanto toca a alvorada
O pelotão põe-se em pé
Mas em vez da formatura
Vai para a sala do café

A mudança de quartel
Está fora de questão
Pois aqui na nossa messe
É bem melhor a ração

Se a ordem é ir p'rá guerra
A malta está preparada
Basta ver o inimigo
Batemos em retirada

Á sexta, depois das cinco
No quartel ninguém me acha
Já fui de fim-de-semana
Levei a guia de marcha

Depois de ouvires esta estória
Não te ponhas a sonhar
Pois quartéis iguais a este
São difíceis de encontrar


Vida Militar (Parte II)
------------------------

Se a companhia reúne
O alferes é quem preside
Fala, fala e não se cala
Mas nunca nada decide

Certo cuidado é preciso
Pois o alferes é velhaco
E se nos apanha a jeito
Passa-nos logo um macaco

Se o assunto é complexo
De mais díficil solução
O alferes não tem galões
E vai chamar o capitão

O capitão, velho militar
Tem mais experência de vida
Já esteve em muitas guerras
Mas nenhuma foi vencida

Com estes oficiais
A mandar no regimento
Não é à toa que isto
Ande ao sabor do vento

Isto não é p'ra quem quer
Isto é para quem pode
Se o quartel fosse na China
Chamavam-lhe um pagode

Vida Militar (Coda)
---------------------

Ainda tenho a esperança
Que o homem seja capaz
De um dia pôr fim à guerra
E chegar enfim à paz

Vai vir o dia em que vamos ver
Que todos amigos podemos ser
Vai vir o dia em que vamos ver
Que todos amigos podemos ser
Vai vir o dia em que vamos ver
Que todos amigos podemos ser
...

Luta de Classes

Luta de Classes
------------------

Sou um pobre operário
Com um mísero salário
Que mal dá para o pão
Das oito às cinco
Eu trabalho com afinco
Só paro p'rá refeição

O proletariado
Continua explorado
Pelas elites dominantes
A revolução
É só uma recordação
Tudo está como era dantes

Classes em luta
Essa eterna disputa
Que há-de continuar
Até um dia
De júbilo e alegria
Quando o povo triunfar

Operário amigo
Muitos outros estão contigo
Nesta má situação
Junta-te a nós
Com a tua e a nossa voz
Os amanhãs cantarão

Victims of SOX

Victims of SOX
------------------

We don't need no segregation,
We don't need no more controls,
No remediations in the meetingroom
Auditors leave the IT alone

Hey, auditors, leave the IT alone!

All in all you're just another victim of SOX
All in all we're just another victim of SOX

Poema do Macaco

Poema do Macaco
---------------------

O macaquinho andou
De galho em galho a pular
No teu ombro ele encontrou
Um bom sítio p'ra aterrar

Tuesday, May 8, 2007

Poema da Urina

Poema da Urina
-------------------

Há uns que urinam à chuva
Outros que urinam ao sol
Uns que urinam na sanita
E outros no urinol

Há uns que urinam alegres
Outros urinam preocupados
Há uns que urinam de pé
Outros que urinam sentados

P'ros que urinam na sanita
Prestem sempre atenção
Acertem lá no buraco
Urinar na tampa é que não

P'ros que urinam no urinol
A decisão acertada
É desviar da parede
Para esta não ser urinada

Agora um conselho geral
P'ra todos os cidadãos
Depois de uma urinadela
Lavem sempre bem as mãos

Wednesday, October 11, 2006

Prego a fundo!

Prego a fundo!
------------------

O Sporting está em cacos
E vai passar a patacos
Parte do seu pratimónio
Nos sócios ninguém se entende
Um diz "compra", outro diz "vende"
Está armado um pandemónio

Um clube grande outrora
Está reduzido agora
A pouco mais que um anão
E se a coisa continuar
No prego vão colocar
O estádio e o leão

Tuesday, September 26, 2006

Fado do Concentrado

Fado do Concentrado
-------------------------

O concentrado
Vai ser embarcado
Para um navio
E vai navegar
Pelo alto mar
Por dias a fio

Para chegar
Ao porto a usar
E ser descagarregado
E numa fundição
Transforma-se então
Num produto acabado

Esta é a estória
Sem fama nem glória
Do pobre concentrado
Britado, moído
Lavado, fundido
Mas que triste fado

Monday, September 18, 2006

Safari em Alvalade

Safari em Alvalade
-------------------

Acabou-se o que era doce
Foi o fim da ilusão
A vitória escapou-se
Foi derrotado o leão

Com manias de campeão
Arrogante e altaneiro
Teve entrada de leão
E saída de sendeiro

O Paços mostrou como é
Que se abate o leão
Nem sequer usou o pé
Bastou um toque com a mão

Wednesday, August 2, 2006

Poema do Glorioso

Poema do Glorioso
-----------------------

Não quero estar a sonhar alto
Nem ter muitas ilusões
Mas este ano é o campeonato
E a liga dos campeões

Tuesday, June 27, 2006

Poema dos portáteis

Poema dos portáteis
-------------------------

Estes novos portáteis
São uma grande treta
Com uma resolução tão alta
Deixam a malta cegueta

As letras são tão pequenas
Que para as enxergar
Uma lupa bem potente
É preciso utilizar

Friday, June 23, 2006

Aqui há rato!

Aqui há rato!
----------------

Quando na sala eu entrei
Senti logo um desconforto
Algo de horrível cheirei
Parecia mesmo um rato morto

Foi chamado um especialista
Para o rato encontrar
Seguiu pista atrás de pista
Numa busca sem parar

Mesmo com todo o seu brio
O rato não encontrou
O especialista partiu
E o pivete ficou

Tuesday, June 20, 2006

Poema do ponto

Poema do ponto
--------------------

Dizem que o "i" não tem ponto,
E sem ponto a um pau é parecido
Basta contarem-lhe um conto
Pois como quem conta um conto,
Acrescenta sempre um ponto
Fica tudo resolvido

Poema do dicionário

Em resposta a alguns posts verdadeiramente assassinos da língua portuguesa que têm surgido em alguns blogs, por essa blogosfera fora, aqui fica mais um pequeno poema :

Poema do dicionário
-------------------------

Pediram um frigorífico, muito bem, é necessário!
Mas não viria a preceito pedir também um dicionário?
É que com tantos erros, eu digo-vos com franqueza
Ainda vos prendem por assassínio da língua portuguesa!
Não pensem que este remoque é um acto de revanchismo
Mas o país nunca avançará com tanto analfabetismo...

Saturday, June 10, 2006

Endereço de e-mail da Máquina!

Devido aos inúmeros pedidos dos nossos leitores interessados em publicar os seus textos e opiniões neste nosso blog, foi criado um endereço de e-mail para o qual poderão enviar os vossos artigos, para posterior publicação : amaquinadocafe@yahoo.com

Friday, June 9, 2006

Se (Rudyard Kipling pós-moderno)

Se (Rudyard Kipling pós-moderno)
------------------------------------

Se fosses uma vaca, eras louca
Se fosses uma orelha, eras mouca
Se fosses uma conta, estavas errada
Se fosses comida, estavas estragada
Se fosses um pé, eras chato
Se fosses notícia, eras um boato
Se fosses um pastor, eras alemão
Se fosses tentativa, serias em vão
Se fosses uma lâmpada, estavas fundida
Se fosses uma entrada, não terias saída
Se fosses papel, serias higiénico
Se fosses milho, serias transgénico
Se fosses dinheiro, eras falsificado
Se fosses um golo, eras anulado
Se fosses um descodificador, eras pirata
Se fosses uma medalha, eras de lata
Se fosses um relógio, estavas atrasado
Se fosses um carro, estavas avariado
Se fosses um baralho, estavas viciado
Se fosses um navio, estavas afundado
Se fosses um texto, estavas cheio de gralhas
Se fosses um programa, estavas cheio de falhas
Se fosses uma doença, eras incurável
Se fosse fome, eras insaciável
Se fosses uma pergunta, não tinhas resposta
Se fosses uma recta, estarias torta
Se fosses um nariz, estavas entupido
Se fosses um livro, nunca serias lido
Se fosses um nó, eras górdio
Se fosses um bêbado, estarias sóbrio
Se fosses princípio, não terias fim
E este poema termina assim

Poema da pistola, parte II

Poema da pistola, parte II
-----------------------------

Mete a pistola no coldre
Arma-te até aos dentes
Podes metê-la no bolso
Ou na comissão de utentes

(Autor Desconhecido - Este poema NÃO É da minha autoria)

Adeus às armas (Poema da pistola)

Adeus às armas (Poema da pistola)
--------------------------------------------

Uns armam-se com pistolas, outros com pedras e paus
Há uns que se armam em bons, outros que se armam em maus
E mesmo os desarmados, não se fazem de rogados
Como não possuem arma, em parvos andam armados

Thursday, June 8, 2006

Poema do frigorífico

Poema do frigorífico (com acento!!)
---------------------------------------------

Nesta época do calor, um frigorífico é coisa boa
Sempre refresca as ideias de uma ou outra pessoa
Com as ideias fresquinhas, mesmo as mentes mais foleiras
Funcionam bem melhor e não produzem tantas asneiras

Poema do acento

Poema do acento
---------------------

Li o vosso comunicado e uma asneira logo vi:
A palavra frigorífico leva um acento no "i"...
Pede-se então ao autor desta grafia indevida
Que cumpra as regras da C.U. e pague a multa requerida

(C.U. = Comissão de Utentes da Sala do Café)

WELCOME TO THE MACHINE!

Pois é, caros amigos...passados mais de 30 anos sobre o 25 de Abril existem sítios em Portugal onde ainda não chegou a liberdade de expressão...foi por isso que decidi reabrir este blog, onde tudo e todos podem expressar livremente as suas ideias, sem nenhum tipo de censura ou cerceamento, sem ter medo de retaliações, sem grilhetas nem mordaças nem algemas...VIVA A LIBERDADE! ABAIXO A SALA DO CAFÉ!