Friday, December 14, 2007

Canção de Embalar

Canção de Embalar
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A manhã passou a fugir
O tempo deve ter asas
Antes que esteja a sair
Vou é passar pelas brasas

Cerro os olhos e vou entrar
Num mundo escuro como breu
Se alguém por mim perguntar
Estou nos braços de Morfeu

Friday, November 9, 2007

O Poeta

O Poeta
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Não me chamem de poeta
Eu peço-vos por favor
Pois não almejo tal meta
Sou um pobre rimador

A Vida é Bela, parte III

A Vida é Bela, parte III
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Eu levo uma vida mansa
Nem me custa trabalhar
Ao almoço encho a pança
E à tarde vou xonar

Wednesday, November 7, 2007

Versos Perversos

Versos Perversos
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Continuo a fazer versos
Mas são todos tão perversos*
Que não os posso publicar

Espero a qualquer momento
Um lampejo de talento
Para um bom verso criar

(*Por perversos entendam-se de escárnio e mal-dizer.)

Thursday, September 6, 2007

Ode ao SOX

Ode ao SOX
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Já lá foi a Inquisição
A PIDE teve os seus dias
Mas a última invenção
É o SOX e as auditorias

Tal como dantes, agora
A vigilância não presta
Os ladrões ficam de fora
Só chateiam gente honesta

Isto parece o entrudo
Toda a gente mascarada
Fingem que controlam tudo
Mas não controlam é nada

Thursday, August 16, 2007

O Tempo

O Tempo
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Às vezes passa depressa
Outras vezes devagar
Depende de quem o meça
E no que esteja a pensar

Mas passe ele depressa
Ou passe ele devagar
Não há nada que impeça
O tempo de passar

Monday, July 30, 2007

Vida Militar, parte II

Vida Militar, parte II
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Segunda a licença cessa
Digo adeus a Aljustrel
Visto a farda e vou sem pressa
A caminho do quartel

Tenho o veículo pronto
Afinado e tudo isso
Segunda às oito em ponto
Apresento-me ao serviço

Friday, July 6, 2007

O Cherne

O Cherne
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Seja a um restaurante fino
Ou a um reles bar de alterne
Não interessa o destino
Tens é que seguir o cherne

Thursday, July 5, 2007

A Vida é Bela, parte II

A Vida é Bela, parte II
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Este emprego é um fartote
Eu adoro este trabalho
Primeiro dá-se ao serrote
E depois ferra-se o galho

Monday, June 25, 2007

O Jogo da Vida

O Jogo da Vida
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Para ao jogo ganhar
É preciso sorte e truques
Eu cá só tenho azar
A mim só me saem duques

Friday, June 22, 2007

A Vida é Bela

A Vida é Bela
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Este emprego é um luxo
Estou bem ciente disso
Dão comida que enche o bucho
Bom dinheiro e pouco serviço

Não sou de me acomodar
Mas também não mudo à toa
Aliás, para quê mudar
Quando a coisa está tão boa?

Por isso cá vou ficando
Sentado no meu cantinho
Na Net vou navegando
Também trabalho um pouquinho

Thursday, June 21, 2007

Poema da Jorna

Poema da Jorna
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Já tenho a barriga cheia
Já está feita meia jorna
Como ainda é uma e meia
Vou é bater uma sorna

Wednesday, June 20, 2007

O Sentido da Vida

O Sentido da Vida
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Há dias em que chove
Há dias em faz sol
Nuns dias a coisa 'tá dura
Noutros dias a coisa 'tá mole

Há dias em que se sobe
Há dias em que se desce
Nuns dias a coisa diminui
Noutros dias a coisa cresce

Estou de cabeça perdida
Para acabar este poema
Pois o sentido da vida
Não é fácil como tema

Há dias em que se trabalha
Há dias em que se descansa
Nuns dias a coisa recua
Noutros dias a coisa avança

Há dias em que se levanta
Há dias em que se cai
Nuns dias a coisa entra
Noutros dias a coisa sai

Estou de cabeça perdida
Para acabar este poema
Pois o sentido da vida
Não é fácil como tema

Há dias assim
Há dias assado
E com esta quadra
Está o poema acabado

Friday, June 15, 2007

Vida Militar

Vida Militar (Abertura)
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Desde que o homem é homem
E caminha à face da Terra
Que nunca mais se calou
O horrível som da guerra

Por questões de território
Por diferentes religiões
Por pura e simples ganância
Por ódios entre nações

Por razões com importância
Ou sem significado
Ao longo de milhões de anos
A guerra não tem parado


Vida Militar (Parte I)
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Nunca tive sorte ao jogo
Mas saiu-me a taluda
Pois mal entrei ao serviço
Passei logo à peluda

A vida corre-me bem
Apesar de não estar rico
Pois mal findei a recruta
Consegui meter o xico

Na caserna a vida é dura
E olha que isto não é tanga
A não ser que como eu
Estejas na tropa fandanga

Quando o sargento está cá
A conduta é pela norma
Mas basta ele virar as costas
Que até se dorme na forma

O estilo aqui é casual
Sem bivaque, farda ou bota
Nem continência se bate
Dá gosto andar nesta tropa!

Quanto toca a alvorada
O pelotão põe-se em pé
Mas em vez da formatura
Vai para a sala do café

A mudança de quartel
Está fora de questão
Pois aqui na nossa messe
É bem melhor a ração

Se a ordem é ir p'rá guerra
A malta está preparada
Basta ver o inimigo
Batemos em retirada

Á sexta, depois das cinco
No quartel ninguém me acha
Já fui de fim-de-semana
Levei a guia de marcha

Depois de ouvires esta estória
Não te ponhas a sonhar
Pois quartéis iguais a este
São difíceis de encontrar


Vida Militar (Parte II)
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Se a companhia reúne
O alferes é quem preside
Fala, fala e não se cala
Mas nunca nada decide

Certo cuidado é preciso
Pois o alferes é velhaco
E se nos apanha a jeito
Passa-nos logo um macaco

Se o assunto é complexo
De mais díficil solução
O alferes não tem galões
E vai chamar o capitão

O capitão, velho militar
Tem mais experência de vida
Já esteve em muitas guerras
Mas nenhuma foi vencida

Com estes oficiais
A mandar no regimento
Não é à toa que isto
Ande ao sabor do vento

Isto não é p'ra quem quer
Isto é para quem pode
Se o quartel fosse na China
Chamavam-lhe um pagode

Vida Militar (Coda)
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Ainda tenho a esperança
Que o homem seja capaz
De um dia pôr fim à guerra
E chegar enfim à paz

Vai vir o dia em que vamos ver
Que todos amigos podemos ser
Vai vir o dia em que vamos ver
Que todos amigos podemos ser
Vai vir o dia em que vamos ver
Que todos amigos podemos ser
...

Luta de Classes

Luta de Classes
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Sou um pobre operário
Com um mísero salário
Que mal dá para o pão
Das oito às cinco
Eu trabalho com afinco
Só paro p'rá refeição

O proletariado
Continua explorado
Pelas elites dominantes
A revolução
É só uma recordação
Tudo está como era dantes

Classes em luta
Essa eterna disputa
Que há-de continuar
Até um dia
De júbilo e alegria
Quando o povo triunfar

Operário amigo
Muitos outros estão contigo
Nesta má situação
Junta-te a nós
Com a tua e a nossa voz
Os amanhãs cantarão

Victims of SOX

Victims of SOX
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We don't need no segregation,
We don't need no more controls,
No remediations in the meetingroom
Auditors leave the IT alone

Hey, auditors, leave the IT alone!

All in all you're just another victim of SOX
All in all we're just another victim of SOX

Poema do Macaco

Poema do Macaco
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O macaquinho andou
De galho em galho a pular
No teu ombro ele encontrou
Um bom sítio p'ra aterrar

Tuesday, May 8, 2007

Poema da Urina

Poema da Urina
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Há uns que urinam à chuva
Outros que urinam ao sol
Uns que urinam na sanita
E outros no urinol

Há uns que urinam alegres
Outros urinam preocupados
Há uns que urinam de pé
Outros que urinam sentados

P'ros que urinam na sanita
Prestem sempre atenção
Acertem lá no buraco
Urinar na tampa é que não

P'ros que urinam no urinol
A decisão acertada
É desviar da parede
Para esta não ser urinada

Agora um conselho geral
P'ra todos os cidadãos
Depois de uma urinadela
Lavem sempre bem as mãos