Parte I - A Profecia
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Quando eu era pequenino
Uma cigana leu-me a sina
E disse que o meu destino
Era ir trabalhar p'rá mina
Mas com o correr da vida
Aquela pequena estória
Aos poucos foi engolida
Pelas brumas da memória
E muito anos passados
Estava eu posto em sossego
Vi nos classificados
Uma proposta de emprego
Era um emprego na mina
Ao princípio hesitei
Mas ao lembrar-me da sina
Concorri e lá fiquei
Parte II - A Revelação
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Por pouco a cigana errou
Pois à mina eu fui parar
Ela só se enganou
Na parte do "trabalhar"
Parte III - A Realidade
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Esta mina é um achado
Que empresa tão engraçada
Chego sempre atrasado
Nunca ninguém me diz nada
Às oito entro ao serviço
É um horário complicado
Deve ser por causa disso
Que ando sempre ensonado
Ao meio-dia e meia em ponto
Dá-me logo uma espertina
Um segundo e já estou pronto
Para ir para a cantina
Com a barriguinha cheia
P'ró escritório lá vou eu
Como ainda é uma e meia
Vou falar com o Morfeu
O tempo passa a voar
E sem sequer o sentir
Mal começo a trabalhar
Já são horas de sair
Ah, se a cigana soubesse
No que a sina ia dar
Concerteza se pudesse
Vinha para aqui trabalhar
Tuesday, December 30, 2008
A Formiga e a Cigarra
A Formiga e a Cigarra
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A cigarra, descuidada
Passou o Verão a cantar
Mas a formiga, avisada
Passou-o a trabalhar
Foi enchendo grão a grão
A casa de provisões
Pois o ano não é só Verão
Também tem outras estações
Quando mudou a cantiga
E o Inverno chegou
A nossa amiga formiga
Colheu o que plantou
Já a cigarra, coitada
Não guardou nada que preste
A cantiga...deu em nada
E ela...deu o peido-mestre
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A cigarra, descuidada
Passou o Verão a cantar
Mas a formiga, avisada
Passou-o a trabalhar
Foi enchendo grão a grão
A casa de provisões
Pois o ano não é só Verão
Também tem outras estações
Quando mudou a cantiga
E o Inverno chegou
A nossa amiga formiga
Colheu o que plantou
Já a cigarra, coitada
Não guardou nada que preste
A cantiga...deu em nada
E ela...deu o peido-mestre
Wednesday, September 24, 2008
Ode ao Morfeu
Ode ao Morfeu
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Morfeu, não sejas malvado
E põe-te daqui a milhas
Estás-me a deixar cansado
Sem energia nas pilhas
Morfeu, vai para outro lado
Deixa-te mas é de tretas
Estás-me a deixar ensonado
E sem força nas canetas
Morfeu, amigo Morfeu
É assim toda a semana
Juntamo-nos tu e eu
Vem logo o João Pestana
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Morfeu, não sejas malvado
E põe-te daqui a milhas
Estás-me a deixar cansado
Sem energia nas pilhas
Morfeu, vai para outro lado
Deixa-te mas é de tretas
Estás-me a deixar ensonado
E sem força nas canetas
Morfeu, amigo Morfeu
É assim toda a semana
Juntamo-nos tu e eu
Vem logo o João Pestana
Monday, August 4, 2008
Contos da Barbearia
Contos da Barbearia
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Dormi mal, estava cansado
E na cadeira do barbeiro
Adormeci, sem ter pensado
Que o baeta era matreiro
O malandro a tosquiar-me
E eu nos braços de Morfeu
Tinha logo que calhar-me
Um barbeiro tão judeu
Ao acordar, fiquei chocado
Tinha a cabeça vazia
Ali no chão, ao meu lado
O meu cabelo jazia
Não te esqueças nunca disso
Aprende bem a lição
Podes dormir no serviço
Mas no barbeiro é que não!
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Dormi mal, estava cansado
E na cadeira do barbeiro
Adormeci, sem ter pensado
Que o baeta era matreiro
O malandro a tosquiar-me
E eu nos braços de Morfeu
Tinha logo que calhar-me
Um barbeiro tão judeu
Ao acordar, fiquei chocado
Tinha a cabeça vazia
Ali no chão, ao meu lado
O meu cabelo jazia
Não te esqueças nunca disso
Aprende bem a lição
Podes dormir no serviço
Mas no barbeiro é que não!
Monday, June 30, 2008
O Poeta, parte II
O Poeta, parte II
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Sou poeta popular
Faço versos por prazer
Se deles fosse precisar
Para a vida ganhar
À fome eu ia morrer
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Sou poeta popular
Faço versos por prazer
Se deles fosse precisar
Para a vida ganhar
À fome eu ia morrer
Tuesday, June 24, 2008
Fado dos 65
Fado dos 65
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Até aos 65
Entro às 8, saio às 5
E trabalho com afinco
Para ir ganhando o pão
E não me posso queixar
Eles dão-me o que almoçar
E no dia de pagar
Não falta lá um tostão
E ainda para além disso
Nem tenho muito serviço
Nunca ando em rebuliço
Levo uma vida mansa
Ao meio-dia e meia hora
Não perco pela demora
Para a cantina vou embora
Para ir encher a pança
Depois de dar ao serrote
De modo que niguém note
Ferro o galho um bocadote
Para repor as energias
Mas tenho sempre cuidado
Um olho aberto, outro fechado
Para não ser apanhado
Por alguma das chefias
Chega a tarde, e é então
Que eu entro em acção
Faço uma programação
Modifico uma tabela
E quando por isso dou
O dia já terminou
Embora para casa eu vou
Amigos, a vida é bela
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Até aos 65
Entro às 8, saio às 5
E trabalho com afinco
Para ir ganhando o pão
E não me posso queixar
Eles dão-me o que almoçar
E no dia de pagar
Não falta lá um tostão
E ainda para além disso
Nem tenho muito serviço
Nunca ando em rebuliço
Levo uma vida mansa
Ao meio-dia e meia hora
Não perco pela demora
Para a cantina vou embora
Para ir encher a pança
Depois de dar ao serrote
De modo que niguém note
Ferro o galho um bocadote
Para repor as energias
Mas tenho sempre cuidado
Um olho aberto, outro fechado
Para não ser apanhado
Por alguma das chefias
Chega a tarde, e é então
Que eu entro em acção
Faço uma programação
Modifico uma tabela
E quando por isso dou
O dia já terminou
Embora para casa eu vou
Amigos, a vida é bela
Wednesday, June 18, 2008
Mea Culpa
Mea Culpa
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Sei que não sou inocente
Tenho culpas no cartório
Não por ser delinquente
Mas por dormir no escritório
Eu farto-me de tentar
Mas não consigo impedir
Mal acabo de almoçar
Tenho vontade de dormir
Nem bebendo um café
O sono se vai dissipando
Mal me mantenho de pé
E os olhos vão-se fechando
E quando mal dou por mim
Ai Jesus que lá vou eu
Não para Viseu, mas sim
Para os braços de Morfeu
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Sei que não sou inocente
Tenho culpas no cartório
Não por ser delinquente
Mas por dormir no escritório
Eu farto-me de tentar
Mas não consigo impedir
Mal acabo de almoçar
Tenho vontade de dormir
Nem bebendo um café
O sono se vai dissipando
Mal me mantenho de pé
E os olhos vão-se fechando
E quando mal dou por mim
Ai Jesus que lá vou eu
Não para Viseu, mas sim
Para os braços de Morfeu
Monday, June 16, 2008
Os Reis da Peluda
Os Reis da Peluda
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Somos os reis da peluda
E temos pelo trabalho
A mesma aversão aguda
Que um vampiro tem ao alho
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Somos os reis da peluda
E temos pelo trabalho
A mesma aversão aguda
Que um vampiro tem ao alho
Andar aos S's
Andar aos S's
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O Senhor seja louvado
Pois ouviu as minhas preces
Permitiu-me ser formado
No método dos 5S's
Uma tal formação ter
Foi algo que sempre quis
Aconteça o que acontecer
Já posso morrer feliz
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O Senhor seja louvado
Pois ouviu as minhas preces
Permitiu-me ser formado
No método dos 5S's
Uma tal formação ter
Foi algo que sempre quis
Aconteça o que acontecer
Já posso morrer feliz
Thursday, June 12, 2008
Retalhos da Vida de um Informático
Retalhos da Vida de um Informático
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Chega a hora do almoço
Cumprimos a nossa sina
Saímos sem alvoroço
A caminho da cantina
Ao meio-dia e meia em ponto
Não esperamos por ninguém
Que está pronto, está pronto
E quem não estiver não vem
Lá vamos cantando e rindo
Sempre em marcha acelerada
A fome já vai surgindo
E tem que ser saciada
Chegados à nossa meta
Escolhemos a refeição
Carne, peixe ou dieta
Ou um bitoque de opção
E já sentados à mesa
Deitamos as mãos á obra
Desde a sopa à sobremesa
Nem uma migalha sobra
Com o bandulho recheado
Deixamos o refeitório
E num ritmo mais pausado
Regressamos ao escritório
Mas antes de trabalhar
Para ajudar à digestão
Um café vamos tomar
Quem saber ver televisão
O trabalho não vai fugir
Por isso não temos pressa
É bom para descontrair
Dar dois dedos de conversa
Meio-dia já está feito
E por ele nem se deu
Para tudo ser perfeito
Visitamos o Morfeu
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Chega a hora do almoço
Cumprimos a nossa sina
Saímos sem alvoroço
A caminho da cantina
Ao meio-dia e meia em ponto
Não esperamos por ninguém
Que está pronto, está pronto
E quem não estiver não vem
Lá vamos cantando e rindo
Sempre em marcha acelerada
A fome já vai surgindo
E tem que ser saciada
Chegados à nossa meta
Escolhemos a refeição
Carne, peixe ou dieta
Ou um bitoque de opção
E já sentados à mesa
Deitamos as mãos á obra
Desde a sopa à sobremesa
Nem uma migalha sobra
Com o bandulho recheado
Deixamos o refeitório
E num ritmo mais pausado
Regressamos ao escritório
Mas antes de trabalhar
Para ajudar à digestão
Um café vamos tomar
Quem saber ver televisão
O trabalho não vai fugir
Por isso não temos pressa
É bom para descontrair
Dar dois dedos de conversa
Meio-dia já está feito
E por ele nem se deu
Para tudo ser perfeito
Visitamos o Morfeu
Thursday, May 29, 2008
Depois dos Tempos vêm Tempos, parte III
Depois dos Tempos vêm Tempos, parte III
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Ah, este tempo d'um raio...
Quem diria, quem diria
Que no fim do maduro Maio
Estava frio e até chovia
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Ah, este tempo d'um raio...
Quem diria, quem diria
Que no fim do maduro Maio
Estava frio e até chovia
Tuesday, May 27, 2008
A Vida é Bela, parte VI
A Vida é Bela, parte VI
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Pança cheia, cá vou eu
Não sei bem o que fazer
Vou perguntar ao Morfeu
Talvez ele me saiba dizer
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Pança cheia, cá vou eu
Não sei bem o que fazer
Vou perguntar ao Morfeu
Talvez ele me saiba dizer
Depois dos Tempos vêm Tempos, parte II
Depois dos Tempos vêm Tempos, parte II
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O clima está passado
O tempo não está "siguro"*
O São Pedro anda zangado
O Maio já não é maduro
(*Termo regional para referir a certeza ou incerteza do clima.)
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O clima está passado
O tempo não está "siguro"*
O São Pedro anda zangado
O Maio já não é maduro
(*Termo regional para referir a certeza ou incerteza do clima.)
Depois dos Tempos vêm Tempos, parte I
Depois dos Tempos vêm Tempos, parte I
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Ainda esteve bom tempo
Mas foi sol de pouca dura
Agora faz chuva e vento
A coisa não está "sigura"*
(*Termo regional para referir a certeza ou incerteza do clima.)
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Ainda esteve bom tempo
Mas foi sol de pouca dura
Agora faz chuva e vento
A coisa não está "sigura"*
(*Termo regional para referir a certeza ou incerteza do clima.)
Tuesday, April 29, 2008
A Vida é Dura, parte I
A Vida é Dura, parte I
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É preciso ter coragem
Num mundo tão exigente
A reforma é uma miragem
Só vejo trabalho à frente
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É preciso ter coragem
Num mundo tão exigente
A reforma é uma miragem
Só vejo trabalho à frente
Tuesday, March 11, 2008
Rebentar pelas Costuras
Rebentar pelas Costuras
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Tenho a pança a rebentar
A rebentar pelas costuras
Pelas brasas vou passar
P'ra ir queimando as gorduras
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Tenho a pança a rebentar
A rebentar pelas costuras
Pelas brasas vou passar
P'ra ir queimando as gorduras
Balada da Formação
Balada da Formação
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Mas que mal terei eu feito
P'ra sofrer tal punição
Bem sei que não sou perfeito
Mas um castigo assim, não!
Sou um homem de respeito
Sempre fui bom cidadão
Então porque sou sujeito
A uma tal provação?
Levanto-me do meu leito
Ainda na escuridão
E viajo contrafeito
Para mais uma sessão
Durante horas a eito
Fechado numa prisão
Será que é meu defeito
Não ver nisto uma razão?
Não estou nada satisfeito
Com esta situação
Tenho de arranjar um jeito
De escapar da formação!
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Mas que mal terei eu feito
P'ra sofrer tal punição
Bem sei que não sou perfeito
Mas um castigo assim, não!
Sou um homem de respeito
Sempre fui bom cidadão
Então porque sou sujeito
A uma tal provação?
Levanto-me do meu leito
Ainda na escuridão
E viajo contrafeito
Para mais uma sessão
Durante horas a eito
Fechado numa prisão
Será que é meu defeito
Não ver nisto uma razão?
Não estou nada satisfeito
Com esta situação
Tenho de arranjar um jeito
De escapar da formação!
Wednesday, February 13, 2008
O Tempo, parte II
O Tempo, parte II
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O trabalho vai-se fazendo
O dias vão-se passando
Temos é que ir comendo
E dormir de vez em quando
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O trabalho vai-se fazendo
O dias vão-se passando
Temos é que ir comendo
E dormir de vez em quando
Tuesday, January 22, 2008
O Sentido da Vida, parte II
O Sentido da Vida, parte II
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Seguindo a nossa rotina
Vemos os dias passar
Depois de irmos à cantina
É meia-horinha a xonar
Juntando a este bocado
A latrina e o cafézinho
Para o dia estar passado
É trabalhar um pouquinho
Não pensem que isto é um tacho
Trabalhamos com afinco
Chuta p'ra cima e p'ra baixo*
Até aos sessenta e cinco
(*Calão informático para ligar e desligar o computador.)
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Seguindo a nossa rotina
Vemos os dias passar
Depois de irmos à cantina
É meia-horinha a xonar
Juntando a este bocado
A latrina e o cafézinho
Para o dia estar passado
É trabalhar um pouquinho
Não pensem que isto é um tacho
Trabalhamos com afinco
Chuta p'ra cima e p'ra baixo*
Até aos sessenta e cinco
(*Calão informático para ligar e desligar o computador.)
A Vida é Bela, parte V
A Vida é Bela, parte V
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Comi que nem um abade
Não me apetece bolir
P'ra começar bem a tarde
Acho que vou é dormir
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Comi que nem um abade
Não me apetece bolir
P'ra começar bem a tarde
Acho que vou é dormir
Monday, January 21, 2008
A Vida é Bela, parte IV
A Vida é Bela, parte IV
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Gosto de aqui trabalhar
Digo isto com orgulho
Principalmente de xonar
Depois de encher o bandulho
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Gosto de aqui trabalhar
Digo isto com orgulho
Principalmente de xonar
Depois de encher o bandulho
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